Por Bruno Goulart | Categoria: Só Lendas, Craques do Passado | Tempo de leitura: 7 min
Fala, boleirada! Puxa o banquinho porque hoje a resenha é sobre uma verdadeira lenda. Aqui no Bora Jogador, a gente para tudo para falar de quem fez história e deixou a gente de boca aberta. E hoje, o palco é todo dele: Mané Garrincha, o gênio que driblou a lógica e encantou o mundo.
Se Pelé é o Rei do Futebol, Garrincha é o príncipe moleque, o anjo torto que a gente nunca esquece. Prepara o coração porque essa história é daquelas que mexe com a gente.
O Anjo Torto de Pau Grande
Manuel dos Santos, o Mané, nasceu em Magé, no Rio de Janeiro, lá pras bandas de Pau Grande. Desde pequeno, a vida não foi moleza pra ele. O moleque nasceu com as pernas tortas, uma virada pra dentro e a outra pra fora. Parecia um milagre ele conseguir andar, quanto mais jogar bola.
Mas, sabe como é, né? O futebol escolhe a gente, não o contrário. Mané Garrincha, desde cedo, já mostrava uma habilidade fora do comum com a bola nos pés. A molecada ficava doida tentando pegar a bola dele nos campinhos de terra, mas era impossível. Ele passava por todo mundo, com aquele gingado que só ele tinha. Era como se a bola fizesse parte do corpo dele.
O Começo Tímido no Serrano e o Destino Glorioso no Botafogo
Mané começou sua caminhada no futebol profissional de forma discreta, no Serrano de Petrópolis. Mas o destino dele já tava traçado. Em 1953, o Botafogo, que tinha um time cheio de craques, viu o talento do garoto e não perdeu tempo.
Aí, meu amigo, a coisa ficou séria. No Fogão, Garrincha encontrou seu lugar no mundo. Aquele time, com Nilton Santos, Didi, Quarentinha e companhia, era uma máquina de jogar bola. E Garrincha, com sua alegria e seus dribles desconcertantes, era a cereja do bolo.
Os Dribles que Entortavam Zagueiros e Faziam a Torcida Sorrir
Falar de Garrincha é falar de drible. Mas não era qualquer drible. Era o “drible do Garrincha”. Aquele drible que a gente via e pensava: “Como é que ele fez isso?”. Ele gingava pra um lado, fingia que ia, voltava, passava a bola por baixo das pernas do adversário, deixava o zagueiro tonto, sem saber pra onde ia.
Quem nunca ouviu falar do “João”, né? Aquele zagueiro imaginário que o Garrincha usava pra treinar seus dribles e que virou sinônimo de qualquer defensor que tentava marcar o craque. Era um show à parte, uma alegria ver Garrincha em campo, brincando com a bola e com os adversários.
A Vida Amorosa Intensa e o Lado Boêmio do Gênio
Garrincha, com toda a sua genialidade em campo, também teve uma vida amorosa intensa e polêmica fora dele. Casou-se algumas vezes, teve vários filhos e seus relacionamentos eram assunto constante na mídia da época.
E não dá pra negar, né? Mané tinha um lado boêmio forte. Gostava da noite, da música, da farra. E, infelizmente, o álcool foi um companheiro constante em sua vida, trazendo problemas de saúde e pessoais. Era um gênio com suas fraquezas, como qualquer ser humano.
A Trajetória Brilhante no Botafogo e na Seleção Brasileira
Apesar dos problemas fora de campo, dentro dele Garrincha foi um gigante. No Botafogo, ele foi ídolo máximo, conquistando títulos importantes e marcando época. Foram 12 anos vestindo a camisa alvinegra, com mais de 600 jogos e 200 gols. Garrincha foi a alma do Botafogo naquele período glorioso.
E na Seleção Brasileira? Ah, meu amigo, na Seleção ele foi simplesmente mágico. Foi fundamental nas conquistas das Copas do Mundo de 1958 e 1962. Em 1962, no Chile, com a contusão de Pelé, Garrincha assumiu a responsabilidade e comandou o Brasil rumo ao bicampeonato. Foi eleito o melhor jogador da Copa e encantou o mundo com seu futebol moleque e seus dribles inesquecíveis.
O Legado Eterno do Anjo Torto
Garrincha nos deixou cedo, em 1983, vítima de problemas de saúde relacionados ao alcoolismo. Mas seu legado é eterno. Ele nos ensinou que o futebol pode ser jogado com alegria, com irreverência, com arte.
Garrincha foi mais do que um jogador de futebol. Foi um ícone da cultura brasileira, um símbolo da nossa criatividade e da nossa capacidade de superar as adversidades com um sorriso no rosto e um drible desconcertante. Ele será para sempre o nosso Anjo de Pernas Tortas.
E aí, boleiro, qual a jogada do Garrincha que mais te marcou? Deixe sua opinião nos comentários e vamos juntos relembrar as lendas do nosso futebol!
Nosso Dicionário Boleiro:
- Boleirada: Galera que gosta de futebol.
- Resenha: Conversa boa, bate-papo.
- Anjo torto: Apelido carinhoso dado a Garrincha por causa de suas pernas tortas.
- Gingado: Movimento corporal que engana o adversário.
- Drible desconcertante: Drible que deixa o adversário sem reação, confuso.
- João: Apelido dado aos zagueiros que Garrincha driblava com facilidade.
- Boêmio: Pessoa que gosta da vida noturna, de festas e bebidas.





